Teresinha: o caminho das coisas modestas
Santa Teresinha do Menino Jesus
Jó 1,6-22;Lucas 9, 46-50
Teresinha
do Menino Jesus é uma santas mais veneradas em toda a face da terra.
Teresa aparece no diminutivo. Talvez em contraposição com Teresa
d’Ávila, conhecida como a “grande Teresa”. Teresinha viveu apenas 24
anos. Um vida curta. Nasce numa família profundamente cristã. Cresce
junto com irmãs que, como ela, buscam a Deus. A alma daquela família
eram o pai e mãe que a Igreja também considera dignos das honras dos
altares.
Sim, Teresinha nasce no seio de uma família que busca a Deus. Nunca
é demais, sobretudo nesses tempos que são os nossos, falar da
importância fundamental de uma verdadeira família cristã que possa
acompanhar os primeiros tempos da vida de uma pessoa. Apesar de todas
as dificuldades hodiernas no tocante à transmissão dos valores humanos
e da proposição da fé cristã às novas gerações, estamos todos
convencidos de que esta tarefa é enormemente facilitada quando as
crianças nascem no seio de uma família onde se respira a fé cristã.
Dizemos bem: fé cristã. Não basta apenas um verniz de fé. Não é
suficiente que os filhos de uma família façam a primeira comunhão,
participem esporádica ou regularmente da missa. Será fundamental que
o perfume do Evangelho seja respirado nos espaços da casa e todos se
sintam, de fato, discípulos do evangelho, sem pieguice, mas a partir de
sólidas convicções. Teresinha teve um lar cristão.
Nesses lares cristãos, os filhos podem fazer o discernimento de sua
vocação. Há essa vocação de ser homem e mulher de pé. Não se trata de
rolar pelo espaço e pelo tempo. Quando os filhos sentem que seus pais
são pessoas de valor, honestas, respeitadas e respeitadoras, eles
também procuram realizar sua vocação humana: crescer, desenvolver-se,
dar sua parte de colaboração para que o mundo seja melhor. Lá, no seio
de uma família, os filhos podem responder ao chamamento de Cristo. Não
querem apenas ser católicos de nome, mas discípulos carinhosos e
atenciosos. No seio da família, os filhos discernem, dentro da vocação
cristã, se devem seguir o caminho do matrimônio, da vida religiosa
consagrada ou do sacerdócio ministerial. Não há outro espaço mais
próprio para o discernimento vocacional do que uma família
profundamente humana e cristã. Insisto: não se trata de uma família
exteriormente cristã, mas sempre buscadora do seguimento do Cristo.
Teresinha, no seio de sua família, escolheu seguir o Senhor, muito
nova, na via contemplativa carmelitana.
E lá viveu as coisas com toda simplicidade. Nada de superestruturas
de ascese. Simplesmente o amor. Definiu seu caminho pelo conselho de
Jesus: ser uma criança diante de Deus. O evangelho proclamado hoje
relata o episódio em que os discípulos discutiam para saber qual deles
seria o maior. Jesus sabia do que estavam falando. “Pegou, então, uma
criança, colocou-a junto de si, e disse-lhes: Quem receber esta
criança em meu nome estará recebendo a mim (…) Pois aquele que entre
todos vós for o menor, esse é o maior”.
Teresinha rezava pelas missões, queria buscar almas para Deus,
desejava mesmo dentro da clausura oferecer preces e sacrifícios pelos
missionários. Nos últimos anos de vida sofria com hemoptises e toda
sorte de enfermidades Assim, tendo seguido o caminho da vida
contemplativa, unida à Igreja, esta propagandista da infância
espiritual, tornou-se a Padroeira das Missões.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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