"EU SOU O BOM PASTOR;O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS."( JO 10,11)

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PAX ET BONUM

domingo, 18 de março de 2012

LITURGIA DOMINICAL

A liturgia de hoje fala de crime e castigo e, sobretudo, de restauração, pois Deus não quer a morte do pecador, e sim, que ele mude de caminho e viva (cf. Ez 18,23.32). A 1ª leitura mostra como os israelitas se afastaram de Deus. Quando, porém, foram exilados de sua terra e levados à Babilônia, entenderam que sua desgraça era um sinal de seu afastamento. Voltaram seu coração para Deus, que os fez voltar à sua terra. Essa história prefigura a volta de  todos os seres humanos para Deus, reconduzidos pelo amor que Cristo manifestou.
Os que estávamos mortos pelo pecado, mas acreditamos em Cristo, fomos salvos pela graça recebida na fé: “Pela graça fostes salvos” (2ª leitura). Nossos erros mostram que,  por nós mesmos, não somos capazes de trilhar o caminho certo. A única maneira de “voltar” é deixar-nos atrair pela oferta de amizade de Deus.Não nos salvamos pelas nossas obras (no sentido de esforços para “merecer”), mas Deus nos salva para as boas obras que ele preparou para que nós entrássemos nelas: a caridade, a solidariedade… (Ef 2,10). Não são as nossas obras que nos salvam: quem nos salva é Deus. Mas o que fazemos – a nossa prática de vida  fraterna e solidária – encarna nossa salvação.
O evangelho expressa idéias semelhantes. É o fim do diálogo de Jesus com Nicodemos, o fariseu. O trecho que lemos hoje inicia com uma lembrança do Êxodo. Deus tinha castigado a rebeldia do povo com a praga das serpentes. Para os livrar da praga, Moisés levantou numa haste, à vista dos israelitas, uma serpente de bronze. Os que levantaram com fé os olhos para este sinal ficaram curados. Assim devemos levantar com fé os olhos para o Cristo elevado na cruz e receber dele a salvação, pois Deus o deu ao mundo para que testemunhasse seu amor até o fim. “Tanto Deus amou o mundo….”(Jo, 3,14-16).   A liturgia da Quaresma insiste: o pecado não é irreparável. Para os que crêem, existe volta, conversão, perdão e salvação. Jesus não veio para condenar, mas para salvar. Ele é a luz que penetra nossas trevas. Mas há quem fuja da luz, para não admitir que está agindo de maneira errada. Nesse caso, não há remédio (Jô 3,19-21). Assim como a gente gosta de expor-se ao benfazejo sol da manhã, devemos expor-nos à luz de Cristo. Sua prática deve iluminar nossa vida, para que “pratiquemos a verdade”. Todos somos salvos ou devemos ser salvos pelo amor de Deus que Cristo nos manifesta. Ninguém fabrica sua própria salvação. O auto-suficiente permanece nas trevas, ainda que sua suficiência pareça virtude, como era o caso dos fariseus, aos quais se dirige a advertência do evangelho. Por outro lado, se nos deixarmos iluminar por Cristo, sejamos também uma luz para nossos irmãos. O evangelizado seja também evangelizador.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

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