"EU SOU O BOM PASTOR;O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS."( JO 10,11)

SEJAM BEM VINDOS!


PAX ET BONUM

sábado, 29 de outubro de 2011

LITURGIA DO 31º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O Ministério Pastoral

Costumamos ouvir que "a Igreja manda"isso ou aquilo. Cristãos dizem que "a Igreja abusa" etc. Mas não são eles mesmos aIgreja? Muitos "cristãos" consideram aautoridade da Igreja como algo alheio à
sua vida; e, chamando de "Igreja" apenas a cúpula eclesiástica, esquecem que elesmesmos são a Igreja ...
Que as autoridades religiosas nem sempre
estão isentas de críticas, o sabemos pelos
jornais de hoje e pelos profetas de
antigamente. O profeta Malaquias (1ª leitura)
critica os sacerdotes por seus desvios. Eles praticam a discriminação entre as pessoas, esquecendo que Deus é o Pai de todos e que a Aliança é igual para todos. Jesus, no evangelho, profere criticas semelhantes contra os doutores da lei e os fariseus - leigos que tinham "revezado" os sacerdotes na liderança religiosa do povo. Eles fazem tudo para sobrepujar os outros.

Na comunidade de Cristo não deve ser assim: um só é Pai, Deus; e um só é líder, Cristo. No ser humilde está a verdadeira grandeza. Já Paulo dá um exemplo de humilde e carinhosa dedicação à comunidade por ele fundada em Tessalônica. Isso fez com que os tessalonicenses acolhessem sua palavra não como palavra humana, mas como palavra de Deus (2ª leitura). O líder religioso não pode ser uma parede que separa Deus dos fiéis. Deve ser transparente, para não distorcer a visão sobre Deus. Deve ser "homem de Deus". Toda auto-exaltação é idolatria, pois só Deus é o Pai de todos.

Ora, contrariamente ao que o evangelho de hoje aconselha, os líderes religiosos católicos são chamados de "pai" ("padre"). Houve algum desvio do espírito de Cristo ... ? A palavra de Cristo nos obriga a relativizar o termo "padre". Há uma maneira legítima de falar em "paternidade na fé"; Paulo nos dá o exemplo disso (Fm, v. 10). Mas Jesus lembra que, em matéria de religião, só Deus pode ser chamado de Pai, mesmo. No seu tempo, os mestres religiosos abusavam da dignidade de "pai" para exercer uma liderança autoritária e patriarcal. Também nossa Igreja hoje é ainda muito patriarcal e clerical. Suas estruturas favorecem um sistema fechado de recrutamento do clero, que constitui uma casta. Muitos padres são individualmente humildes, mas seu testemunho fica encoberto por essa estrutura clerical. Que estamos fazendo para mudar isso?
Assim, impõe-se ao clero um exame de consciência, para não exercer uma paternidade que ofusque a única verdadeira paternidade na fé, a de Deus. Pede-se maior simplicidade e confiança em relação aos leigos. E estes, por sua vez, devem aproveitar melhor os espaços que já possuem e ampliá-los à medida que isso promove o bem de todo o povo de Deus. (E evitem o clericalismo dos leigos, lembrando os fariseus, leigos que revezaram os sacerdotes no comando!) Neste contexto coloca-se a questão dos novos ministérios e das novas formas de liderança que surgem nas comunidades eclesiais. O evangelho de hoje propõe o "espírito" com que devemos abordar essas questões. Se formos sensíveis ao que as censuras de Jesus criticam, haverá menos perigo de os fiéis considerarem "a Igreja" uma instituição alheia, com a qual eles não se identificam.
Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

Nenhum comentário:

Postar um comentário