"EU SOU O BOM PASTOR;O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS."( JO 10,11)

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PAX ET BONUM

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Solenidade do Coração de Jesus


UM CORAÇÃO QUE NÃO CABIA NO PEITO

Deuteronômio 7, 6-11; 1João 4,7-16; Mateus 11,25-30
Temos diante de nossos olhos, nesta sexta-feira, a cena do Gólgota. Jesus fora elevado da terra ao céu. Os circunstantes aos poucos vão embora.  Jesus está morto. Tudo havia se consumado. Ali estava aquele homem todo desfigurado e, com a cabeça inclinada, haveria terminado sua trajetória.  Um soldado, segundo o quarto evangelista, tocou com a lança seu peito.  “Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro que com ele tinham sido crucificados. Chegando, porém,  a Jesus, como se o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas,  mas um dos soldados lhe abriu o lado com a lança e logo saíram água e sangue” (Jo 19, 33-34).
Do coração aberto do Senhor nasceram rios que irrigaram a terra e estão na origem da Igreja. Os sacramentos do Reino nasceram do peito aberto de Jesus e do Espírito Santo.
“Onde encontrar repouso tranquilo e firme para os fracos, a não ser nas chagas do Salvador? Ali permaneço tanto mais seguro quando mais poderoso é ele para salvar. O mundo agita, o corpo dificulta, o demônio arma ciladas; não caio, porque estou fundado sobre a rocha firme. Pequei, e pequei muito; a consciência abala-se, mas não se perturba, pois me lembro das chagas do Senhor. Ele foi ferido por nossas iniquidades”  (São Bernardo de Claraval).
Agora damos a palavra ao grande João Crisóstomo:  “Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue?  Repara de onde  ele começou a correr e de que fonte brotou?  Começou a brotar da própria cruz e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu água o sangue; a água como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro,  alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias.  Assim aconteceu este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício”.
Não era possível amar mais intensamente.  Esse Jesus não tinha mais nada para oferecer.  Já havia morrido. Viera do alto, tornara-se uma criança. Percorrera os caminhos dos homens, erguera os fracos, abrira os olhos aos cegos, dera esperança aos pequenos, sentira-se sempre unido ao Pai e fora elevado ao alto da cruz.  Num momento dado Jesus sentira que iria colocar o gesto da entrega em benefício: deu a vida por todos.  Tudo consumado há ainda o coração a ser aberto e é feita uma janela por onde vemos o esplendor do amor de Deus na humanidade de Jesus.
E por fim, demos a palavra da São Boaventura:  “Considera, ó homem redimido, quem é aquele que por tua causa, está pregado na cruz, qual a sua dignidade ou grandeza. A sua morte dá a vida aos mortos;  por sua morte choram o céu e a terra, e fendem-se até as pedras mais duras. Para que, do lado do Cristo morto na cruz, se formasse a Igreja e se cumprisse a Escritura que diz: Olharão para aqueles que traspassaram(Jo 19,37), a  divina Providência permitiu que um dos soldados lhe abrisse coma lança com lança o sagrado lado, de onde jorraram sangue e água (...).Levanta-te, pois, tu que amas a Cristo, sê como uma pomba que faz seu ninho na borda do rochedo (Jr 48,28)  e aí como um pássaro que encontrou sua morada (cf. Sl 83,4)., não cesses de estar vigilante: aí esconde como a andorinha os filhos nascidos do casto amor; aí aproxima os teus lábios para beber das fontes do Salvador (cf. Is. 12,2)”.
Os discípulos de Cristo contemplam o amor do Senhor até o limite da morte e com o peito fissurado pela lança. Jesus louva o Pai que revelou  as coisas de seu amor aos pequenos e humildes e estes se sentem intimados a tornar Jesus amado e fazer de sorte que no mundo reinem a justiça, a paz, o amor mútuo. Os devotos do Coração de Jesus não são pessoas alienadas mas estão na linha de frente da evangelização.

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