"EU SOU O BOM PASTOR;O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS."( JO 10,11)

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PAX ET BONUM

sábado, 16 de julho de 2011

Paciência na
evangelização

O evangelho apresenta um
Jesus muito tolerante. Isso pode
até desagradar a quem gostaria
de um Jesus mais radical. A
Igreja parece tão pouco radical.
Por que não romper de vez com
os que não querem acompanhar?
Ou será que a radicalidade do
evangelho é outra coisa do que
imaginamos? Neste evangelho
(Mt 13, 24-43), Jesus descreve o
Reino de Deus (o agir de Deus
na história), em três parábolas.

Na primeira, explica que junto com os frutos bons (o trigo) podem crescer frutos menos bons (o joio); é melhor deixar a Deus a responsabilidade de separá-los, na hora certa....Na segunda, ensina que o agir de Deus tem um alcance que sua humilde aparência inicial não deixa suspeitar (a sementinha).
Na terceira, adverte que a obra de Deus muitas vezes é escondida, enquanto na realidade penetra e leveda o mundo, invisivelmente, como o fermento da massa.
Nós gostamos de ver resultados imediatos. Somos impacientes e dominadores para com os outros. Deus tem tanto poder, que ele domina a si mesmo... Não é escravo de seu próprio poder. Sabe governar pela paciência e o perdão (1ª leitura). Seu “reino” é amor, e este penetra aos poucos, invisivelmente, como o fermento. Impaciência em relação ao Reino de Deus é falta de fé. O crescimento do Reino é “mistério”, algo que pertence a Deus.
No tempo de Mateus, a impaciência era explicável: espera-se a volta de Cristo (a Parusia) para breve. Hoje, já não é essa a razão da impaciência. A causa da impaciência bem pode ser o imediatismo de pessoas aparentemente “superengajadas”, e podemos questionar se muito ativismo é verdadeira generosidade a serviço de Deus ou apenas auto-afirmação. É preciso dar tempo às pessoas para que fiquem cativados pelo Reino. E a nós mesmos também. Isso exige maior fé e dedicação do que certo radicalismo mal-entendido, pelo qual são rechaçadas as pessoas que ainda estão crescendo.
Devemos ter paciência especial para com aqueles que, vivendo em condições subumanas, não conseguem assimilar algumas exigências aparentemente importantes da Igreja. Para com os jovens. Para com os que perderam a cabeça pelas complicações da vida moderna urbana, ou por causa da televisão, que pouco se preocupa em propor às pessoas critérios de vida equilibrada. Devemos dar tempo ao tempo... e entrementes dar força ao trigo, para que não se deixe sufocar pelo joio.
Em nossas comunidades, importa cativar os outros com paciência. Fanatismo só serve para dividir. Moscas não se apanham com vinagre. Importa ter confiança em Deus, sabendo que ele age, mesmo. E então nos sentiremos seguros para colaborar com ele, com “magnanimidade”, com grandeza de alma – pois é assim que se deveria traduzir o que geralmente se traduz com o termo desvirtuado “paciência”.... Deus reina por seu amor, e o amor não força ninguém, mas cativa a livre adesão.
Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

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