"EU SOU O BOM PASTOR;O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS."( JO 10,11)

SEJAM BEM VINDOS!


PAX ET BONUM

domingo, 31 de julho de 2011

Mensagem da liturgia dominical: O Reino de Deus e o pão do povo.



O evangelho conta que Jesus se retira de sua cidade para outro lugar à beira do lago, e as multidões saem à sua procura.
Movido de compaixão, Jesus cura os doentes no meio da multidão.
Depois, na hora da janta, não quer que o povo vá embora com fome.

Manda que os discípulos, com sua pequena reserva de cinco pães e dois peixes,alimentem a multidão. E saciam os cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças...
Trata-se de um gesto profético de Jesus. O profeta Isaías tinha anunciado pão de graça (1ª leitura): o pão da sabedoria, da palavra, da instrução da Lei. Jesus “põe em prática” essa palavra profética, acrescentando também o pão material. A multiplicação do pão material mostra que Jesus nos alimenta com o pão que vem de Deus, sua palavra, a mensagem do Reino. É um gesto que inaugura o Reino. O pão material é o primeiro fruto do pão da Palavra...
Se a Igreja prega a Palavra, cabe-lhe também realizar gestos proféticos. Existem bastantes famintos para que se justifique um novo “sinal do pão”, que realize, por um exemplo material, algo do Reino anunciado por Jesus. Não podemos falar do amor de Deus, se não realizamos a justiça material (e vital) para a multidão, assim como Jesus dela teve “compaixão”. A fome de Deus será sempre o mais importante, mas fome do pão é o mais urgente. O pão material não é o dom último, mas é um “aperitivo do Reino”. (Por isso devemos cuidar que ela tenha o gostinho do Reino e não do materialismo).
Na multiplicação dos pães, Jesus envolveu os discípulos em sua atuação; são eles que devem dar de comer à multidão. Seu lanche é insuficiente; mas, enquanto o repartem, Jesus faz com que seja até mais do que suficiente. “Vós mesmos, dai-lhes de comer...” Não devemos aguardar até que o pão caia do céu. Devemos começar a repartir o que temos (economia da partilha versus economia de monopólio e de capitalização). Assim falaremos do Reino pelas nossas ações.
No Pai-nosso, rezamos pedindo o “pão de cada dia”. Tudo é dom de Deus, também essa coisa mais elementar. O amor de Deus seria questionável, se Deus não nos desse o necessário para viver. Mas quem deve distribuir é a gente. Nosso empenho pelo pão cotidiano de todos dá credibilidade ao Reino de Deus.
Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

Nenhum comentário:

Postar um comentário